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ENDOSCOPIA DIGESTIVA ALTA

O que se passa durante uma endoscopia digestiva alta?

Durante o exame, o doente encontra-se deitado, habitualmente sobre o seu lado esquerdo. Em alguns casos pode ser administrada medicação sedativa endovenosa, para que o doente fique mais relaxado, bem como um spray anestésico local que se aplica na garganta, e que diminui a sensibilidade à passagem do endoscópio. Para proteger os dentes e o endoscópio, o doente trinca um dispositivo de plástico através do qual passa o endoscópio. Para que o tubo passe da garganta para o esófago é pedido ao doente que engula, o que pode causar alguma sensação transitória de vómito e falta de ar, embora sem queixas de dor.  Ao longo de todo o exame, o doente respira normalmente e consegue emitir sons, mas não pode falar. À medida que o endoscópio progride o médico vai insuflando ar através do endoscópio, o que condiciona a distensão do lúmen esofágico, gástrico e duodenal, permitindo a sua correta observação. No entanto, a acumulação do ar pode ser responsável pela sensação transitória de pressão gástrica e enfartamento, que alivia com a eructação. Quando são detetadas anomalias do tubo digestivo, o médico pode gravar essas imagens para analisar posteriormente. Em caso de necessidade, podem introduzir-se diversos instrumentos através do endoscópio, que permitem realizar procedimentos diagnósticos e terapêuticos – por exemplo, remoção de pólipos, colheita de biopsias ou aplicação de fármacos para controlo de hemorragia. 

Quando o exame está terminado o endoscópio é removido lentamente pela boca. A endoscopia digestiva alta tem uma duração que pode variar entre 5 a 20 minutos, dependendo da indicação e da necessidade de efetuar procedimentos terapêuticos. A duração média é de 7 minutos. 

Após uma endoscopia sem sedação endovenosa, a recuperação é rápida (alguns minutos de repouso), mas pode exigir uma vigilância de cerca de 1 hora em caso de sedação. 

Que preparação é necessária para este exame?

Deve ter em consideração os seguintes pontos:

  • Pelo menos 6 a 8 horas de jejum antes da endoscopia para assegurar que o estômago esteja vazio (pode ingerir água ou chá até 2 horas antes do exame);

  • Informar o médico Gastrenterologista que lhe vai realizar o exame de toda a medicação que está a tomar, especialmente anticoagulantes (varfarina, acenocumarol, dabigatrano, rivaroxabano,...) ou antiagregantes plaquetares (ácido acetilsalicílico, ticlopidina, clopidogrel, ticagrelor, triflusal, dipiridamol,...); a suspensão ou não dos mesmos depende das suas doenças cardiovasculares e do risco de hemorragia do procedimento a que vai ser submetido, pelo que essa decisão compete ao seu Médico Assistente;

  • Planear o dia do exame – nos casos de endoscopia com sedação, o doente não pode conduzir, trabalhar ou tomar decisões importantes após o exame, devendo permanecer acompanhado.

Quais os motivos principais para realizar este exame?

A endoscopia digestiva alta é utilizada para diagnosticar e, por vezes, tratar algumas doenças que afetam o tubo digestivo superior, nomeadamente o esófago, o estômago ou o duodeno.

Está recomendada nas seguintes situações:

  • Investigação de sintomas: azia, náuseas, vómitos, dor ou desconforto abdominal, má digestão, dificuldade em deglutir, hemorragia digestiva

  • Diagnóstico: causas de anemia e diarreia, colheita de biopsias, deteção de tumores, esclarecimento de alterações identificadas em outros exames

  • Tratamento: dilatação esofágica, remoção de corpos estranhos, excisão de pólipos, fulguração de vasos anómalos, injeção endoscópica de fármacos ou aplicação de clipes para controlo de hemorragias digestivas

  • Combinação com ecografia – Eco-Endoscopia digestiva alta: uma sonda ecográfica é acoplada ao endoscópio permitindo visualizar a parede do esófago, estômago e duodeno, bem como órgãos adjacentes (por exemplo, o pâncreas); permite ainda a colheita de biopsias eco-guiadas.

A endoscopia digestiva alta pode ainda ser usada para procedimentos bariátricos no tratamento da obesidade, para diagnosticar e tratar complicações cirúrgicas e para estratégias nutricionais em situações específicas (como colocação de sondas nasogástricas, nasojejunais ou sondas de gastrostomia ou colocação de próteses).

Em que situações não deve ser realizado este exame?

Contra-indicações

  • Ausência de consentimento informado

  • Ingestão de alimentos sólidos ou líquidos há menos de 6 horas (maior risco de aspiração e de exame inconclusivo)

  • Dificuldade respiratória

  • Alterações graves da coagulação

  • Patologia cardíaca descompensada (arritmias, insuficiência cardíaca, enfarte agudo do miocárdio recente)

  • Suspeita de perfuração visceral

  • Falta de colaboração do doente, mesmo com recurso a sedação/anestesia (patologia psiquiátrica grave)

Fonte: www.sped.pt

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